ISSN 2965-9280

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O poder do entusiasmo e a força da motivação

Luiz Marins, Ph.D. Antropólogo, escritor, consultor

Neste breve artigo quero comentar sobre a força da Motivação e o poder do Entusiasmo para enfrentar os desafios da contemporaneidade.

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Como antropólogo estudamos linguística e dentro da linguística a etimologia das palavras e sua força. A palavra “entusiasmo” vem de “théos” em grego que significa “deus”. Os gregos eram panteístas e politeísta. E a vidente de Delphos ao dar os oráculos se dizia “entusiasmada”, isto é, sentia-se arrebatada pelos deuses, como se tivesse um deus dentro dela. Com um deus dentro dela ela era capaz de transformar a realidade e fazer as coisas acontecerem apesar das adversidades aparentes. Por isso os gregos iam a Delphos, para que, entusiasmados pela vidente, fossem capazes de transformar a realidade, apesar das adversidades aparentes.

Assim o entusiasmo é muito diferente de um simples otimismo. O otimista é uma pessoa que aguarda, torce e até acredita que as coisas possam dar certo. O entusiasmado acredita na sua capacidade de vencer, de transformar a realidade e de fazer as coisas acontecerem. O otimista é um reativo enquanto o entusiasmado é sempre um proativo – ele age em direção à mudança e não apenas reage às circunstâncias.

Há muitas coisas na vida que não compreendemos. Há muitas coisas na vida que não desejamos. Há muitas coisas na vida que poderiam ser diferentes do que são. Há muitas coisas na vida sobre as quais temos muito pouca ação modificadora. Essa é a vida de todos nós. O que fazer? Resignar-se?  Revoltar-se? Perguntar por que eu?

Na verdade, a resposta parece ser um pouco de quase tudo. É claro que temos que nos resignar frente à realidade.  Mas não há razão para revolta, para o eterno amargor, para uma morte antecipada, tornando a vida um verdadeiro inferno, amplificando os problemas que já existem.

Quando temos um grande problema pela frente temos que saber (o termo é saber, mesmo) que teremos que ser melhores que a média.  Temos que saber que muitos irão se compadecer de nós – uns genuinamente, outros falsamente – mas que a grande maioria não estará nem aí para a nossa dura realidade. Nós, pela razão, e não pela emoção, é que temos que enfrentá-la. E, a própria razão nos dirá que não adianta ficarmos perguntando, “por que eu?” Ninguém nos dará essa resposta de maneira satisfatória. Nós é que temos que dá-la ao mundo mostrando a nossa capacidade de enfrentar e de fazer o que a maioria não seria capaz de fazer.

Isso exige de nós muita humildade, palavra que tem origem em “húmus”, ou seja, terra, chão. Temos que ter os pés na terra, no chão, na realidade concreta e encontrar sempre “motivos” para enfrentar a dura realidade.

Motivação, portanto, não é autoajuda, nem emoção. Motivação são os “motivos” de ordem lógica, racional, motivos pelos quais eu faço as opções que me cabem na vida.

É essa “motivação cognitiva”, pela razão e não pela emoção, que nos fará levantar e caminhar, fazer o que tiver que ser feito para não nos entregarmos de vez, por exemplo, a uma enfermidade que não pediu licença para se instalar em nós ou ao aparente insolúvel problema que nos aflige. A emoção nos fará sentir dó de nós próprios. A emoção nos fará muitas vezes sentir vergonha de nossa incapacidade de agir livremente. A emoção nos fará esperar a ajuda dos outros que nem sempre virá e, quando vem, somente nós sabemos com que peso elas chegam.

É a motivação pela razão que nos fará prosseguir e vencer. É a plena consciência de nossos limites e possibilidades que deve nos dar a força e os motivos para lutar, perseverar, ter disciplina nos tratamentos, acreditar na ciência e seguir em frente.

A verdadeira motivação, portanto, é uma porta que só se abre por dentro. Só você pode abri-la. E você a abrirá quando entender, pela razão, e não pela emoção, que é filho de Deus e que Ele não o abandona e que só cabe a você descobrir o que Ele quer de você.

Pense nisso!

AUTOR

Luiz Marins, Ph.D.

Antropólogo, escritor, consultor