A seguir, apresentarei conceitos e parte dos estudos que realizei sobre esse tema. Porém, apresento minha compreensão, ainda incompleta, sobre esse vasto assunto, reconhecendo minha ignorância em relação ao que ainda não sei. Sou uma eterna aprendiz e me ponho a exercitar o próprio pensamento sobre esse assunto, sem despertar polêmica, mas com a intenção de falar sobre algo importante para o ser humano.

Transcrevo o conceito trazido pela Enciclopédia Wikipédia: inteligência como “Capacidade cerebral de pensar e compreender”.

A inteligência tem sido definida popularmente e ao longo da história de muitas formas diferentes, tais como em termos da capacidade de alguém/algo para lógica, abstração, memorização, compreensão, autoconhecimento, comunicação, aprendizado, controle emocional, planejamento e resolução de problemas. Na ideia de medir a inteligência foi criado o teste de QI, que foi inspirado nos trabalhos feitos pelo pedagogo e psicólogo francês Alfred Binet. que busca medir capacidade mental das crianças, tais como memória, linguagem, raciocínio lógico e resolução de problema.

Dentro da psicologia, vários enfoques distintos já foram adotados para definir inteligência humana. A psicometria é a metodologia mais usada e mais conhecida pelo público geral, além de ser a mais pesquisada e amplamente usada. Conforme a definição que se tome, a inteligência pode ser considerada um dos aspectos naturais da linguagem ou um traço da personalidade.

Sou grata a Howard Gardner, que trouxe à luz a terminologia conceitual de inteligência, apresentando a teoria das múltiplas inteligências. Decorrente de seu próprio estilo minucioso, observador e científico experimental, trouxe ao mundo grande contribuição, validada até hoje. Adepto da linha cognitiva, apresenta, nominando as várias capacidades do ser humano, independentemente de cultura ou formação técnica, através de aprendizado formal.

Repito aqui a maneira objetiva como ele próprio conceitua o assunto: “como uma habilidade para resolver problemas e criar soluções através de produtos que favoreçam a vida do ser humano”.

Assim, ele trata individualmente das múltiplas inteligências.

Estou repetindo uma teoria que revolucionou a década de 80 do século passado, resultante de um trabalho de pesquisa em equipe, liderado por Gardner, na Universidade de Harvard.

Acrescento a essa introdução ao assunto outro pensador, pesquisador e ousado líder que também foi precursor da chamada inteligência emocional, já citei o QI, acima, agora é a vez do QE.

Reconhecido mundialmente, Daniel Goleman se tornou destaque, trazendo, inclusive, para o mundo corporativo, dos negócios, das relações familiares, pessoal e intrapessoal, o tema que fez o mundo olhar para essa nova inteligência apresentada.

Ela sempre existiu, mas sem o nome específico e, em 1995, o livro de Goleman apresentando o assunto se tornou um best-seller, impactando inclusive na psicologia.

Ele foi classificado e chamado de gênio da inteligência emocional e trouxe um destaque para um assunto experimentado, vivenciado, desde que o mundo é mundo, mas Goleman teve a capacidade de organizar as ideias e entregá-las na linguagem necessária daquela década.

Vejo a separação entre emoções e sentimentos, através do cérebro de Goleman, e concordo com ele ao repetir que as emoções são impulsos herdados e, já colocando um pouco de QS (Inteligência Espiritual) nesse ponto, reconheço que tais impulsos, além de herdados, podem ser cultivados, criando emaranhados, impedimentos, travas para o desenvolvimento das demais inteligências, chegando a bloquear o indivíduo de se desenvolver, mas principalmente de agir.

Ao falar dessas duas inteligências, QI e QE, minha mente revisita informações de sala de aula em que estive aprendendo que ainda existem empresas que contratam seus colaboradores considerando a importância da técnica em cerca de 87% das contratações e somente cerca de 13% das admissões avaliam o QE.

Ocorre que, ao demitir, esses fatores são invertidos.

Isso me diz que uma pessoa pode saber falar vários idiomas, ter dezenas de certificados, cursos, qualificações e, ainda assim, deixar de ser bem-sucedida na área em que atua. Começo a incluir as relações conjugais, familiares e sociais.

Onde, então, mora o resultado positivo? Pois lhe digo, é sempre dentro do cérebro, a mente, os pensamentos se tornarão sentimentos que se apresentarão em todos os momentos através de impulsos emocionais, palavras e ações, trazendo assim o resultado que cada ser humano tem provocado por si próprio.

O conhecimento é importante, mas insuficiente sem a prática adequada, sem a ação após o exame das múltiplas possibilidades de escolhas e soluções com sabedoria.

Aprecio construir com os elementos QI e QE, que, na ordem como surgiram, são chamados de primeira e segunda inteligências.

No entanto, a dinâmica da vida, que é maior do que o ser humano, há vida em você e em mim e nos bilhões de seres humanos ao redor do mundo; no multiplicar da ciência e na velocidade das informações que tornam os fatos públicos em fração de segundos, parece que foi deslocando o ser humano de seu lugar e tudo que foi sendo por ele criado foi se tornando maior do que ele próprio.

Também chamo tal ser de obra-prima da criação e, quando vi um parto pela primeira vez e o bebê sendo retirado daquele ventre materno, foi para mim como se o tempo parasse e eu entrasse numa outra dimensão, minha respiração suspensa, como se eu quisesse passar ao bebê o fôlego e o meu retornou quando o dele chegou através de um choro forte que eclodiu na sala de parto. QI da equipe médica em ação, mas havia algo mais além do QE.

E nesse ponto, trago para nosso diálogo, espero que você esteja falando, escrevendo, interagindo enquanto lê esse artigo, o chamado QS, Inteligência Espiritual.

Termo cunhado por Danah Zohar e Ian Marshall, nascida nos EUA, pós-graduada em religião, filosofia e psicologia pela Universidade de Harvard. Professora da Universidade de Oxford, na Inglaterra, prestando serviços de consultoria a equipes de liderança corporativa do mundo todo. Casada com Ian Marshall, psiquiatra e psicoterapeuta, dedicado estudioso e escritor sobre a natureza da mente.

Ambos trazem o termo Inteligência Espiritual ou Capital Espiritual também, como a escritora Ellen G. White, destaco seu livro, em dois volumes, sob o título Mente, Caráter e Personalidade, e EGW declara que a mente é o capital do corpo; me torno cada vez mais interessada pela Inteligência Espiritual e sobre isso discorrerei um pouco a partir daqui.

Assim como o QI e o QE, o QS é constituído de competências que se potencializam ainda mais no QS.

Enquanto Danah e o mundo consagraram a Inteligência Espiritual classificada como a terceira inteligência, ouso mudar essa ordem, colocando a Inteligência Espiritual como a primeira, o QI como a segunda e o QE como a terceira; não somente numa ordem precursora, mas considerando que da primeira advêm as demais.

Quanto maior o QS, mais desenvolvidas poderão ser as múltiplas inteligências.

Num transcender, que foge ao domínio humano, mas nele habita, a vida passa a ser o elemento de alto destaque, em busca do sentido.

É aqui que se encontra o propósito, que tantos passam todo o tempo cronológico entre o nascer e o morrer indagando: qual o sentido da vida? Qual o meu propósito?

Há também os que desejam diferenciar espiritualidade de sabedoria, pois lhes afirmo que a sabedoria faz parte da espiritualidade, assim como todos os componentes de um caráter que se torna íntegro através de virtudes incluídas ao longo da vida, de acordo com o interesse em cumprir o propósito e num ajuste refinado tornar a vida em existência.

É a Inteligência Espiritual que restringe hábitos nocivos, quando o ser em busca de desenvolvimento permite a transformação.

É impossível falar em Inteligência Espiritual sem falar em Deus, nesse ponto se curvam as ciências, silenciando-se diante do inexplicável, do improvável e do aparente impossível e as áreas dos lobos temporais, onde as decisões são elaboradas e onde está a espiritualidade, passaram a ser chamadas em estudos assim como: O Ponto de Deus no Cérebro.

Aprecio essa expressão e, a essas alturas da vida, do acumular de experiências e conhecimento, considerei que a Inteligência Espiritual precisa de uma forma para expressar-se, daí a religião em todas as culturas e formas, buscam preencher um vazio e possuem o sentido de temor e adoração e muitos, talvez a grande maioria, nem sabe explicar as razões, cumprindo rituais transmitidos há gerações e gerações.

Destaco ainda que a inteligência Espiritual fala de amor, mas também de moral, ética, limites…

Que tipo de líder as corporações buscam?

Os que resistem e superam a si próprios, comparando-se a si próprio no como foi e fez ontem, hoje fez melhor?

Buscam-se seres humanos que saibam olhar para frente e para o alto, que primeiro obedeçam para depois entender.

Que saibam tornar sonhos em objetivos e jamais deixem de sonhar.

Que acreditem no ser humano, por ter o privilégio de ser da mesma espécie.

Que sejam inspiracionais e parem de julgar, mas saibam avaliar e se tornem mentor dos que menos experiência possuem, com a humildade de saber que o outro também pode lhe ensinar.

Encerro parafraseando a escritora Ellen G. White, precisam-se de seres humanos que sejam firmes e leais como a bússola o é ao polo, que pratiquem a verdade que proclamam, que saibam dar nome adequado às situações, inclusive as próprias, e sejam inabaláveis, ainda que caiam os céus.

No livro mais lindo do mundo, em todas as gerações, que contém os segredos da Espiritualidade, encontro uma pérola que compartilho com você:

“Quem é sábio e tem entendimento entre vocês? Que o demonstre por seu bom procedimento, mediante ações praticadas com humildade que provém da sabedoria” Tiago 3:13